domingo, 10 de abril de 2011

Mona Dya Kidi Foi chamado a Direcção Provincial da Cultura



Eram por volta das 7 horas da tarde do dia 7 do mês e ano em curso, quando através de um comunicado na Rádio Luanda, fui convidado a fazer-me presente no dia seguinte, na Direcção Provincial da Cultura, que segundo o comunicado, era para tratar assuntos do meu interesse.
 Dia seguinte, posto no local e hora marcada, falei com o Adjunto do Director Provincial da Cultura, que segundo fontes seguras, dizia, recebeu informações de que estive envolvido na suposta manifestação de 7 de Março, que pertenço ao partido político da oposição, que o conteúdo do meu trabalho discográfico não era só intervenção social, mas que continha ofensas dirigidas aos membros do governo e que por detrás da venda do meu álbum previsto para este domingo (10 de Abril), estava agendada uma manifestação, portanto, a orientação recebida foi para cancelarem a venda do meu projecto musical.
De facto fui um dos detidos na madrugada de 7 de Março, faço música de intervenção social, mas não pertenço a nenhum partido político nem qualquer outro tipo de organização. Chamo atenção aos órgãos do governo, que a versão passada nos mídias, segundo o comandante da policia nacional Sr. Jorge Bengue, foi de que eu e os demais 19 indivíduos tínhamos sido detidos para a nossa própria protecção, porque um grupo de moradores invisíveis tencionavam agredir-nos. Portanto não acho ético de vossa parte terem os nossos processo em instituições públicas de modos a limitarem o nosso acesso aos serviços e/ ou produtos de tais instituições públicas.
Por termos estado na madrugada de 7 de Março, o jovem Massilon foi ameaça de morte por mensagens e chamadas anónimas, o jovem carbono escapou de um atentado na sua própria residência, e a venda do meu projecto musical quase foi censurada. Uma vez detidos para a nossa própria protecção, constituimos perigo para a sociedade? Há razões para temores? Quem será o próximo a ser intimidado? Que os jornalistas continuem atentos aos factos e que a comunidade Internacional continue de olho em Angola.
Desde já agradeço ao Sr. Manuel Sebastião Director Provincial da Cultura e ao seu Adjunto Sr. Manuel Gonçalves, por terem sabido separar questões culturais das questões políticas.

Subscrevo-me desejando a todos os angolanos, igualdade, justiça, paz e bem.

Mona Dya Kidi

 

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